Hipnose Clínica - Quantas sessões de Hipnoterapia? Uma? Duas? Quanto tempo de tratamento?
- Pedro Ivo
- 18 de mai. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 19 de mai. de 2020
“A lagarta não precisa de um milagre para virar borboleta, ela precisa de um processo. (Andrew amaurick)
Não raras vezes, deparo-me com dizeres que prometem soluções em uma, duas, cinco ou dez sessões. Há ainda aqueles que definem que uma sessão "online" é suficiente para a resolução de depressão, ansiedade, fobia e, em alguns casos, apresentam comparativos - pautados em uma pseudociência - que exaltam a rapidez da hipnose clínica quando comparada com a atuação de psicólogos, psicanalistas, TCC etc.
Mas será mesmo que é assim? É possível definir um parâmetro exato a ser aplicado para todos os casos? O Hipnoterapeuta substitui totalmente outras práticas terapêuticas e faz em algumas horas tudo que outros fazem em dias, meses ou anos?

Hoje, com mais de 2000 atendimentos, posso com toda certeza afirmar que não! E digo isto, pois qualquer resposta diferente acabaria por esvaziar algo fundamental, a meu ver, no trabalho de qualquer terapeuta: o foco no ser humano e, portanto, em sua individualidade.
Sem entrar em grandes especificidades, a hipnose clínica tem por base o tratamento de questões que possuem fundo emocional. Assim, o contexto que impõe determinado sofrimento é forjado através de histórias diferentes e que, ouso dizer, jamais serão iguais.
Não há apenas uma depressão... Não há somente uma ansiedade... Há sim, tal qual uma impressão digital, emoções particularizadas, individualizadas e geradoras de um sofrimento totalmente singular. Todas estas emoções são únicas e jamais se repetirão em outra pessoa.
Pode haver uma total transformação em uma sessão? Sim.
Normalmente a hipnoterapia é um processo rápido? Sim.
É possível dizer que sempre será em X ou Y sessões? Não.
É cabível afirmar que sempre substituirá outras práticas terapêuticas? Não.
Comparar práticas terapêuticas ou definir prazos específicos, com toda sinceridade e respeito, não faz qualquer sentido. Há espaço para todos e a atuação integrada e respeitosa é sempre a mais saudável para o terapeuta e, especialmente, para o cliente que procura ajuda.
Lembro-me de muitos casos de transformações incríveis em uma ou duas sessões. Todavia, recordo-me, também, de alguns tratamentos em que indiquei psicólogos e psicanalistas para o prosseguimento. Por outro lado, já recebi clientes por indicação de inúmeros profissionais que julgaram caber a hipnose clínica no processo de mudança.
Como digo para os alunos, a "síndrome do Santo Milagreiro" é algo completamente inaceitável e prejudicial. Não há milagre, mas um processo que será único para cada ser humano.
Em síntese, não há somente um caminho, salvo o da honestidade com o cliente. Este é único e sempre deve pautar a relação. No mais, o que tenho certeza é de que todos, desde que queiram, podem se transformar e, no fim, é isso o que mais importa...
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