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Hipnose Ericksoniana: A Canoa, a Palavra e o Poder do Inconsciente

A Hipnose Ericksoniana é mais do que uma técnica terapêutica. É uma filosofia de escuta, uma forma sutil de comunicação, e uma arte de respeitar o tempo do outro. Para entender de onde vem essa abordagem tão singular, é preciso conhecer a história de seu criador: Milton H. Erickson. Um homem que, antes de se tornar o pai da hipnose moderna, foi um jovem com paralisia, um observador silencioso e um navegante solitário em uma canoa.

Essa jornada pessoal, marcada por superações e descobertas profundas, moldaria não apenas seu estilo terapêutico, mas a maneira como milhões de pessoas seriam ajudadas ao redor do mundo.


Hipnose Ericksoniana
Imagem: Erickson Foundation

A Doença Que Ensinou a Escutar


Aos 17 anos, Milton Erickson contraiu poliomielite em uma forma tão severa que os médicos acreditavam que ele não sobreviveria. Preso a um corpo paralisado, sem voz e sem movimentos, ele passou meses em uma cama, mas com os olhos e a mente atentos.

Sem conseguir se comunicar, começou a observar intensamente os outros: seus gestos, tons de voz, microexpressões. Descobriu que as palavras nem sempre dizem a verdade, mas o corpo sim. Esse período de silêncio forçado o ensinou a linguagem da comunicação inconsciente, que mais tarde seria a essência da Hipnose Ericksoniana.

Ao começar a se recuperar, notou movimentos involuntários mínimos, um dedo, uma contração, e usou essas pistas para reaprender a andar. Sozinho. Sem fisioterapia formal, mas com observação e paciência. Essa redescoberta do próprio corpo e mente seria o alicerce da ideia de que o ser humano tem recursos internos, mesmo quando parece não tê-los.


A Canoa: Metáfora Viva da Autonomia Interior


Pouco depois da recuperação parcial, Erickson decidiu fazer uma viagem de canoa, sozinho, por mais de mil quilômetros, passando pelos rios Mississippi e Wisconsin. Ainda frágil, com muletas, ele enfrentou correntezas, fome, chuva e solidão. Por quê?

Porque precisava provar a si mesmo que podia. E porque, intuitivamente, ele compreendia que a travessia externa também era uma travessia interna.

Mais tarde, diria que aprendeu algo vital nessa jornada: “Não é necessário controlar o rio; é preciso aprender a navegar com ele”. Essa metáfora se tornaria o núcleo da Hipnose Ericksoniana: o terapeuta não deve empurrar o paciente, mas ajudá-lo a seguir o fluxo de seus próprios recursos inconscientes.

Essa lógica está presente até hoje em abordagens terapêuticas centradas no cliente, como as do Instituto PI Hipnose, que favorecem a fluidez, a adaptação e o respeito ao tempo e à linguagem do indivíduo.

Hipnose Ericksoniana
Imagem: Erickson Foundation

Casos Reais de Hipnose Ericksoniana


A Jovem Deprimida e a Tinta Roxa


Uma jovem havia sido internada em uma instituição psiquiátrica após cair em um estado de apatia severa. Não interagia, não falava, não reagia a perguntas. Outros profissionais haviam tentado abordagens diretas, entrevistas, medicamentos. Nada funcionava.

Erickson observou que, quando cores intensas eram colocadas à sua frente, ela desviava os olhos levemente. Era uma resposta mínima, mas era uma porta.

Então ele a convidou para pintar o porão de sua casa. Ela não respondeu. Ele insistiu gentilmente, e ela aceitou. Escolheu uma tinta roxa, cor vibrante. Sem questionar, sem mencionar depressão, Erickson simplesmente a envolveu em uma tarefa prática, sensorial, leve. Aos poucos, ela começou a falar. Depois, a rir. Eventualmente, retomou sua vida.

Essa intervenção simples, pintar um porão, foi, na verdade, um convite ao renascimento. Sem confrontar o sintoma, Erickson ofereceu uma experiência de cor, movimento e utilidade.


O Menino com Enurese


Um menino de 10 anos urinava na cama todas as noites. A família estava desesperada. Erickson pediu para que o menino trouxesse os lençóis molhados todas as manhãs à lavanderia da casa. Nada de broncas. Apenas responsabilidade.

Perguntou ao menino o que ele gostaria de ganhar se conseguisse dormir seco por uma semana. A resposta foi: "Montar a cavalo". Erickson então propôs um plano: a cada noite seca, o garoto ganharia um item do equipamento de montaria: sela, estribo, cabeçada, etc. Ao final de uma semana, se dormisse seco, montaria de verdade.

Funcionou. O menino passou a dormir seco e cumpriu a meta. A enurese desapareceu. A vergonha foi substituída por orgulho.


O Casal e a Terapia Culinária


Um casal buscava ajuda após anos de distanciamento físico e emocional. As sessões com terapeutas anteriores focaram em discussão de sentimentos e cobranças, sem resultado.

Erickson pediu que cozinhassem juntos uma refeição completa: entrada, prato principal, sobremesa. Precisavam planejar, comprar ingredientes, preparar tudo. Sem discussão sobre relação, apenas a tarefa.

Durante o preparo, riram, colaboraram, negociaram preferências. Comeram juntos. E algo começou a mudar. Sem discurso, mas com experiência, o vínculo foi reconstruído.

A culinária era uma metáfora viva para intimidade: escolher juntos, tocar ingredientes, experimentar, ajustar, saborear. O problema desapareceu.


Como Aplicar a Hipnose Ericksoniana no Dia a Dia?


Você não precisa ser terapeuta para usar os princípios da Hipnose Ericksoniana.


1. Use Metáforas Naturais

Em vez de aconselhar, conte uma pequena história:

"Uma vez plantei uma árvore. Por três anos ela não cresceu. Achei que estava morta. No quarto ano, ela disparou. Estava criando raízes."

As pessoas se identificam com imagens, não com sermões.


2. Use Sugestões Indiretas

Durante uma conversa, diga:

"Talvez, enquanto conversamos, alguma parte de você comece a se abrir para possibilidades que antes pareciam distantes."

Essa linguagem não confronta, apenas convida.


3. Crie Rituais Simbólicos

  • Escreva um medo e enterre-o.

  • Caminhe toda vez que sentir raiva.

  • Mude um objeto de lugar como sinal de nova fase.

O inconsciente responde fortemente a gestos simbólicos.


4. Permita Confusão Criativa

"Às vezes a gente acha que precisa entender para agir... mas age, e entende depois."

Esse tipo de declaração desarma o controle e libera soluções inesperadas.


Um Legado que Continua Navegando


Milton Erickson nos deixou uma herança revolucionária. A Hipnose Ericksoniana é, acima de tudo, uma forma de honrar a sabedoria inconsciente de cada pessoa. Não se trata de "controlar" ou "curar" o outro, mas de criar condições para que o próprio indivíduo descubra seus caminhos.

Assim como na canoa, não se trata de remar com força, mas de usar a corrente a favor. A hipnose é, nesse contexto, um convite suave à mudança.

Como dizia Erickson:

"A mudança não precisa ser dramática. Basta começar."

Essa mesma lógica, de profundo respeito à individualidade, à subjetividade e aos ritmos internos, é o que norteia a atuação dos hipnoterapeutas formados pelo Instituto PIH®. Longe de se apoiarem em scripts engessados ou roteiros terapêuticos genéricos, esses profissionais são preparados para escutar o cliente em sua totalidade.

Na prática, o que orienta o processo não é o sintoma aparente, mas a inteligência inconsciente do próprio cliente. Erickson não impunha soluções — ele as despertava. Da mesma forma, os hipnoterapeutas do Instituto PIH® não oferecem respostas prontas, mas constroem com o cliente um caminho terapêutico único, adaptativo e genuíno através das ressignificações. Cada sessão é vivida como uma imersão cuidadosamente conduzida, onde o terapeuta atua como um facilitador do reencontro entre o indivíduo e suas capacidades esquecidas, adormecidas ou desorganizadas.

O Instituto PIH® se apoia nos pilares da Hipnose Ericksoniana, mas não se limita a ela. A formação de seus terapeutas integra os princípios clássicos de Erickson com conhecimentos atualizados em neurociência, neuropsicologia, comunicação estratégica e abordagem centrada no cliente. O resultado é um trabalho terapêutico que não apenas promove alívio ou mudança comportamental, mas ressignificação profunda e autêntica da experiência subjetiva, com base na ciência, mas com a sensibilidade do humano.

Se para Erickson a mudança era um processo que nascia do respeito ao ritmo interno e ao mundo simbólico do outro, para o Instituto PIH® essa premissa continua viva e fortalecida. Cada hipnoterapeuta formado carrega não apenas técnicas, mas uma postura terapêutica ética, empática e responsiva, que entende que transformar não é impor: é criar espaço para que o novo emerja naturalmente. Somos uma versão atualizada do Waze (piada interna...)

A metáfora continua atual: se Erickson ensinou a navegar com o rio, o Instituto PIH® convida o cliente a reconhecer a própria embarcação, compreender suas marés internas e escolher, com autonomia e presença, os destinos que deseja alcançar. O terapeuta é apenas quem segura o leme com ele, por um tempo — até que o próprio navegante se reconheça capaz.

E talvez, enquanto você lê estas palavras, algo em seu interior já esteja sendo tocado. Porque, como ensinava Erickson, às vezes, uma história bem contada é o começo de toda mudança.

 
 
 

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